'Serial killer' que assustou a Grande Lisboa não foi identificado .Há 15 anos morria a primeira vítima. Cinco prostitutas foram violentamente assassinadas entre 31 de Julho de 1992 e 15 de Março de 1993. O "estripador de Lisboa", nunca foi apanhado pela polícia e o primeiro homicídio da série prescreve precisamente hoje, sem que se tenha chegado a alguma conclusão sobre a identidade do misterioso homicida..De acordo com o advogado Carlos Pinto de Abreu se "falarmos apenas deste crime, cometido há 15 anos, e que não haja nenhuma causa de interrupção ou suspensão do procedimento criminal", considera-se que este prescreveu..Nenhum indício, nenhuma prova. Apenas o modus operandi e o facto de todas as mulheres serem jovens, prostitutas e toxicodepentes, serviram como linha condutora para as investigações que culminaram num processo de 14 volumes. Em 1996, o serial killer de Lisboa chegou mesmo a ser um case study que a polícia portuguesa levou a uma reunião da Interpol. Na altura, a questão principal era perceber a razão da interrupção das mortes..Em 2002, segundo noticiava A Capital, o caso estava nas mãos de um magistrado do Departamento de Investigação e Acção Penal. .No dia 31 de Julho de 1992, o corpo de uma jovem prostituta que frequentava a zona do supermercado A.C.Santos foi encontrado num barracão, em Odivelas. A brutalidade do cenário impressionou até a polícia. "Tina" tinha sido estrangulada - segundo se soube depois no resultado da autópsia - antes de ter sido esventrada com um objecto cortante e de as vísceras terem sido espalhadas no local. A ligação deste caso a outros surgiu apenas quando, a 2 de Janeiro de 1993, o corpo de uma outra prostituta, Fernanda, apareceu também num barracão sob o viaduto de Entrecampos, na Avenida 5 de Outubro, em Lisboa. Esventrada, tal como "Tina". Até aí, um outro crime descoberto naTrafaria, em Dezembro de 1992, envolvendo outra prostituta não parecia ter qualquer tipo de conexão com o que o antecedeu e com o que se seguiu, ou seja, a morte de Fernanda..Mas em final de Fevereiro de 1993, na Mata de Belverde, no concelho do Seixal é encontrado o cadáver de Ana Cristina. A prostituta de 24 anos tinha sido estrangulada e queimada com um cigarro..A sequência temporal dos crimes e coincidência das idades, dos locais frequentados pelas vítimas e o facto de se prostituírem para pagarem a droga que consumiam deixaram em pânico as mulheres que exerciam a mesma profissão. Assustadas, criaram laços de cumplicidade e entreajuda, anotando matrículas e memorizando rostos. .Enquanto isso, a polícia analisava todos os motivos para os crimes. Chegou a falar-se de um homem alegadamente infectado com Sida na sequência de uma relação com uma prostituta que pretendia vingar-se desta forma. Outra hipótese em estudo foi a de que se trataria de um marido enraivecido, "enganado", e cuja mulher teria entrado para o mundo da prostituição. A série de crimes terminou da mesma forma brutal como começou. Em 15 de Março de 1993, foi descoberto no pátio traseiro de uma fábrica em Odivelas o cadáver de Maria João. A mulher, de 27 anos, prostituta e toxicodependente como as outras quatro, foi também ela esventrada..Os anos que se seguiram foram inquéritos, audições, investigações e buscas sem, contudo, se ter chegado a alguma conclusão sobre o enigmático autor dos crimes.